Marcos 6:52 Exceto Eu!

Por Pastor Eliy Barbosa
27 de fevereiro de 2010

“Logo em seguida [da multiplicação dos pães e peixes], Jesus insistiu com os discípulos para que entrassem no barco...” (Marcos 6.45). Neste dia eles haviam presenciado incríveis acontecimentos: multidões sendo curadas e em seguida alimentadas a partir de cinco pães e dois peixes (Marcos 6.30-44).

Não Jesus “ordenou” que os discípulos entrassem rapidamente no barco (Mateus 14:22). Jesus insistiu com termos mais fortes descrito por Marcos como “obrigou”. Ele mesmo dispensaria a multidão e encontraria com eles depois em Betsaida.

Temos um novo cenário: agora os discípulos de Jesus estão num barco, no meio de um lago, fustigados por um mar muito agitado. Eles estão com medo. E estão nesta situação porque obedeceram a Jesus e entraram no barco.

Seguir Jesus enquanto Ele fazia milagres era fácil e prazeroso. Aprender sobre a fé sem esforço ao ver os milagres do Mestre era agradável. Mas a idéia de passar a noite em um barco no meio do lago parecia muito arriscada.

Ao anoitecer, algo terrível aconteceu e uma tormenta atingiu o barco. Os discípulos já haviam remado muitas horas e agora estava escuro. O mar revolto e o vento forte jogavam o barco com tanta violência que aqueles pescadores experientes estavam perdendo a coragem.

E não é de se admirar que estivessem aterrorizados (João 6.19): em meio a escuridão os discípulos vêem alguém caminhando sobre as águas em direção a eles. O medo foi tal que Mateus e Marcos relatam que os discípulos pensaram estar vendo um fantasma (Mateus 14.25).

Você consegue imaginar o que é ver “fantasma” em meio a uma tormenta no escuro? Os discípulos não acreditaram nos próprios olhos e “... pensaram que Ele era um fantasma e começaram a gritar. Todos ficaram apavorados com o que viram” (Marcos 6.49-50).

Então Jesus se revelou e disse para não se amedrontarem “... e subiu no barco com eles, e o vento se acalmou. Os discípulos estavam completamente apavorados” (Marcos 6.51).

Mateus relata que Jesus rompeu os ventos, o mar em agitação, e "... foi até lá [ao barco], andando em cima da água" (Mateus 14:25), somente ao despontar da madrugada. Mas por que Ele não veio antes, logo nos primeiros instantes da tormenta?

Marcos diz que Jesus “... viu que os discípulos estavam remando com dificuldade porque o vento soprava contra eles” (Marcos 6.48). Por que Jesus ficou assistindo a luta desesperada e os momentos de aflição dos seus discípulos?

Porque somente quando Jesus entra no barco é que vemos a fé começando a se manifestar nos discípulos: “E os discípulos adoraram Jesus, dizendo: De fato, o senhor é o Filho de Deus" (Mateus 14:33).

Eles tinham visto naquele dia aleijados com pernas tortas saírem correndo com toda liberdade, olhos cegos sendo abertos e línguas mudas romperem em gritos de louvores a Deus! E somente neste momento um pouquinho de fé aparecia, mas essa não foi uma declaração de fé definitiva dos discípulos no poder que Cristo tinha em operar milagres!

Veja o relato de Marcos "... os discípulos estavam completamente apavorados. É que a mente deles estava fechada, e eles não tinham entendido o milagre dos pães" (Marcos 6:52).

Testemunhas incompreensíveis de vários milagres, os discípulos haviam visto a multiplicação dos pães e peixes. Mas o que seus olhos viram não foi compreendido por sua fé. Jesus olhava para os seus corações e sabia o que passa por seus pensamentos. Havia dúvidas que ainda os aborreciam.

O que Jesus teria de fazer para levar os seus discípulos a uma fé inabalável? Colocá-los em um barco sozinhos.

O apóstolo Paulo descreve uma das suas experiên­cias da seguinte forma: “... as [tribulações, aflições e so­frimentos]... foram muito além da nossa capacidade de suportar... para que não confiássemos em nós mesmos, mas em Deus, que ressuscita os mortos” (II Coríntios 1.8-9).

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Aqueles homens eram escolhidos de Deus. O Senhor conhecia seus corações e sabia que eles O amavam profundamente e O serviam por livre vontade. Eles estavam prontos para crer que Deus poderia operar milagres nos outros.

Mãos defeituosas poderiam ser corrigidas sim. Um aleijado de corpo retorcido poderia sofrer uma tão grande transformação que de um salto se colocaria em pé e correria! Claro que as multidões poderiam ser alimentadas por um milagre!

O que eles não podiam era crer que Jesus faria o mesmo por eles. Como muitos, eles não criam no Deus que opera milagres quando estavam diante de suas próprias crises. Era mais fácil duvidar, questionar e temer do que entregar, descansar e crer no poder de Jesus em nos livrar.


Trecho do livro "Tire Deus do Armário" de Pastor Eliy Barbosa - Igreja Cristã Plenitude

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