Jonas 4.4 Deus Me Decepcionou!

Por Pastor Eliy Barbosa

Um sentimento crescente é a decepção com Deus. Muitas pessoas não admitem, mas em seu íntimo elas possuem uma espécie de amargura contra Deus. Elas desistiram de lutar, pois Deus não lhes atendeu na proporção da urgência de seus problemas. Elas ficaram desiludidas, desgastadas, magoadas em seus relacionamentos com Deus. E é isso que vemos na vida de Jonas.

Jonas recebeu um chamado para sua vida: “Apronte-se, vá à grande cidade de Nínive e grite contra ela, porque a maldade daquela gente chegou aos meus ouvidos” (Jonas 1.2). Um chamado relativamente fácil, porém que passava pelo coração estreito, intolerante e insensível de Jonas.

O chamado de Jonas aparentemente não tinha nenhuma relação com a visão profética que Deus lhe havia dado: ele veria o restabelecimento dos termos de Israel (II Reis 14.25). Pois esse chamado era para que ele anunciasse o juízo sobre um povo pagão.

Após uma séria de desventuras Jonas finalmente entregou a mensagem de condenação ao povo de Nínive (Jonas 3.3-4): a destruição total ocorreria em um prazo de 40 dias. Mas o povo se arrependeu (Jonas 3.5-9), Deus usou de misericórdia (Jonas 3.10). A destruição que Deus mandou Jonas anunciar não aconteceu. Com isso Jonas se encheu de raiva, frustração e ressentimento (Jonas 4.1).

Para Jonas o seu ministério havia sido colocado em dúvida. Jonas ignorou naquele momento que “... todo esforço nesse trabalho [do Senhor] sempre traz proveito” (I Coríntios 15.58).

Deus sempre compreende o nosso choro de dor, a nossa confusão, a nossa aflição, o clamor humano. Pois em essência é o mesmo clamor proferido por Seu Filho na cruz do Calvário (“Meu Deus, meu Deus, porque me abandonaste?” Mateus 27.46). Mas o ressentimento de Jonas levou Deus a perguntar-lhe: “Jonas, você acha que tem razão para ficar com tanta raiva assim?” (Jonas 4.4).

Mas Jonas via motivo sim, o seu ministério como profeta era um fracasso, sua vida um sofrimento em vão. O que havia adiantando enfrentar a tempestade no mar? De que serviu os três dias no desconfortável e mal-cheiroso ventre do grande peixe? Em sua concepção Deus o havia traído.

Para Jonas, Deus não estava preocupado com a sua vida, seu sacrifício e sua fidelidade, antes Ele havia escolhido agir em favor de um povo pecador. O coração cheio de ressentimento contra Deus fazia com que Jonas visse como saída somente a sua própria morte.

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Toda a raiva contra Deus começa com um desapontamento. Talvez você não esteja com raiva de Deus, mas de qualquer forma está decepcionado. E a decepção fez com que você perdesse a confiança. As coisas simplesmente não ocorreram exatamente como você planejou, surgiu então a sensação de desorientação ou de traição.

Isso agora lhe impede que se submeta inteiramente a Ele. Sente-se deprimido com o momento que está passando e desesperançado em relação ao futuro. Por isso parou de orar. “Para que orar se Deus só faz o que Ele quer mesmo?” – você pode estar pensando. “Não vou perder meu tempo Lhe dando minha opinião. Que Ele faça a Sua vontade” – você pode estar desabafando.

De qualquer maneira, você não irá gozar a plenitude das bênçãos de Deus para a sua vida. E esse sentimento de rebeldia o irá afastar de Deus. Aquele que dúvida não recebe nada de Deus. É como a onda do mar, sem direção, não vem e nem vai, inconstante (Tiago 1.6).

E agora quando você ora, é como se estivesse colocando Deus em julgamento. Procura sempre fazer uma troca ou barganha com Deus: “Se o Senhor me atender, vou Lhe dar o dízimo, vou a igreja, vou Lhe servir. Mas somente se o Senhor me responder. Se não, vou viver do meu jeito que ganho mais”. Ou como se o pedido fosse uma agressão: “Quer saber de uma coisa? Faça o que Você tiver que fazer!”.

E tudo o que você precisa fazer é crer em Deus! “Porque nós cremos com o coração e somos aceitos por Deus; falamos com a boca e assim somos salvos. Porque as Escrituras Sagradas dizem: 'Quem crer nEle não ficará desiludido'.” (Romanos 10.10-11).



Pastor Eliy Barbosa


Trecho do livro "Tire Deus do Armário" de Pastor Eliy Barbosa - Igreja Cristã Plenitude

Comentários

  1. A solução então é MORRER, assim como ele, Elias e Jó fizeram:

    Um homem morre em pleno vigor, quando se sentia bem e seguro,
    tendo o corpo bem nutrido e os ossos cheios de tutano.
    Já outro morre tendo a alma amargurada, sem nada ter desfrutado.
    Um e outro jazem no pó, ambos cobertos de vermes.
    Jó 21:23-26

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