PASTOR YOUSEF NADARKHANI: Condenado a morte!


Por Pastor Eliy Barbosa

Há alguns anos atrás, na planície de Dura, próximo da Babilônia, o rei Nabucodonosor reuniu todos os líderes, príncipes e oficiais do seu Império para a cerimônia de inauguração de um monumento, no caso uma estátua. Durante o ato solene, quando tocassem os instrumentos, todos deveriam se ajoelhar ante a enorme estátua, uma imagem de 30 metros de altura. Para desestimular qualquer idéia de insurreição, havia um decreto real: "...“E qualquer que não se prostrar e não a adorar, será na mesma hora lançado dentro duma fornalha de fogo ardente” (Daniel 3.6 KJA).

Nabucodonosor ficou furioso com alguns israelitas que eram administradores da província da Babilônia: Ananias, Misael e Azarias. Aos seus olhos, não se ajoelharem perante a imagem, era uma atitude de desrespeito, de desacato, de rebelião (Dn 3.13).

O Governo lhes concedeu mais uma chance de reverem seus conceitos e adorarem a imagem. Pois caso insistissem em sua teimosia, seriam lançados, jogados em uma fornalha acesa (Dn 3.15). Mas eles não se curvaram. Esses homens não ficaram admirados com a opulência da festa; não se importavam nenhum pouco com a aprovação do rei; eles não estavam impressionados com as autoridades presentes. E não tinham medo da morte.

Ao condenar aqueles homens à fornalha Nabucodonosor revelou o caráter da punição: “E quem é o deus que os poderá salvar?” (Daniel 3.15). A questão não era a simples infração à legislação da Babilônia, mas a ofensa ao credo protegido pelo Governo – no caso este governo era o próprio rei. Aqueles filhos de Israel sabiam disso, por isso procuraram desde o princípio viver uma vida separada, santa, pura.

Eles escolheram se opor a idolatria legalizada e se firmar ao lado da Verdade. Escolhendo obedecer antes a Lei de Deus do que a lei da selva imposta pelos homens. Lembre-se de que os apóstolos foram para a prisão, foram açoitados, torturados e martirizados por causa da sua posição. Pois a desobediência a abominação incrustada na legislação, na sociedade e nas relações humanas não vem sem um preço. Para Ananias, Misael e Azarias esse preço significa extremo dano para a sua integridade física. Preferindo seguir a consciência diante de Deus a se curvarem ante a Lei do Estado.

De certa maneira é isto que está acontecendo com o Pastor Yousef Nadarkhani: ele está se opondo ao credo protegido pelo governo do Irã, neste caso se opondo a legislação do país que estabelece o Irã como “teocrático” - uma República Islâmica. No Irã, se opor ao Islamismo é se opor ao Clemente e Misericordioso Alá.

Onde aqueles santos do Senhor conseguiram poder e autoridade espiritual para fazerem o que fizeram? Onde o Pastor Yousef Nadarkhani tem encontrado força nestes últimos anos? Eles não queriam morrer. Tinham tanto medo de fogo ou da forca quanto eu e você. Mas o Senhor Deus concedeu a todos os seus filhos o direito e o privilégio de escolhermos entregar a nossa própria vida.

Tudo que podiam dizer para o rei era: “Pois, se o nosso Deus, a quem adoramos, quiser, ele poderá nos salvar da fornalha e nos livrar do seu poder, ó rei. E mesmo que o nosso Deus não nos salve, o senhor pode ficar sabendo que não prestaremos culto ao seu deus, nem adoraremos a estátua de ouro que o senhor mandou fazer” (Daniel 3.17-18 NTLH)

A fé deles dizia que vivendo ou morrendo eles seriam fiéis a Deus! Mesmo que Deus não os livrasse, não fugiriam, não ficariam magoados com Deus, continuariam confiando... O Senhor não os obrigou a renunciar e sacrificar suas vontades, mas eles resolveram lhe devolver suas vidas. Amado do Senhor é isto que traz Jesus para nossa fornalha da aflição: a confiança de que somente Ele pode nos salvar (Salmo 31.5)!

Entenda: eles confiavam na fidelidade de Deus. Eles haviam optado em se aprofundar no Senhor. Sabiam que Deus faria o que fosse melhor para os seus servos e para a Sua Glória. Agora viviam plenamente segundo Sua palavra e direção.

Justamente por causa desta intimidade com Deus eles podiam confessar: “se o nosso Deus, a quem adoramos, quiser, ele poderá... E mesmo que não nos salve?” (Daniel 3.16) Eles conheciam o caráter de Deus. Sabiam que Deus não divide Sua Glória com ninguém. Estavam preparados para morrer por amor a Deus. Mesmo que Deus não respondesse o seu clamor, ainda assim confiariam em nEle.

O Senhor não poderia simplesmente mudar o coração do rei? Mas ao invés disso, Ele permitiu que a pressão sobre eles aumentasse e aumentasse ao ponto de a Babilônia tornar a fornalha sete vezes mais quente!

Deus não vai nos poupar por causa de nosso choro! Deus não estava preocupado com os planos e sonhos daqueles homens. Na mente de Deus, a Sua perfeita vontade é mais importante que qualquer outra coisa que eu e você possamos desejar, planejar ou sonhar!

Para quem se entrega a fidelidade até a morte, é a perfeita vontade de Deus que está no comando, não os seus sentimentos. Pois não somos libertos quando nossos sofrimentos são diminuídos ou amenizados. Somos libertos quando a nossa aflição é intensificada, sete vezes mais:

“Uma vez que Cristo sofreu e suportou a dor, vocês devem ter a mesma atitude que Ele; devem estar prontos a sofrer também. Lembrem-se: quando os seus corpos sofrem, o pecado perde o poder, e vocês não estarão gastando o resto de suas vidas andando atrás de desejos malignos, mas estarão preocupados em fazer a vontade de Deus.” (I Pedro 4.1-2 ABV).

Eles tinham chegado a um ponto que nem eles, a legislação, o islamismo ou um rei governavam as suas vidas. O Senhor não irá livrar Sião de sua fornalha da aflição enquanto Sua perfeita vontade não for realizada. A vontade de Deus é erguer através de Sião um testemunho irrefutável para todas as nações.

Existe em muitos lugares um movimento da renovação da fé motivada pelo esforço humano. A teologia da prosperidade, a promessa do sonhas e conquistarás, a ênfase no determine e se realizará são exemplos do testemunho da igreja atual. Um testemunho que transforma a promessa de Deus em glória terrena.

O Evangelho que se ajusta a nossa cultura prega saúde, riqueza e sucesso. Não têm espaço para “se o nosso Deus, a quem adoramos, quiser, ele poderá...”. Para conhecer a perfeita vontade de Deus, a Igreja precisa a voltar a incluir o ““Se não”, “Se for de Sua Vontade” em suas orações.

Sião precisa voltar a clamar diante de cada dificuldade: “Se não Senhor, hoje e todos os dias ainda assim confiarei em Ti”. Pois o Evangelho não é uma moeda de troca: faça e receberás.

Deus ainda procura as suas testemunhas na terra. Onde estão os homens do grande Deus que não se curvam? Onde estão os homens do grande Deus que estão dispostas a pagar o preço e levar o testemunho do Senhor para os seus empregos, para dentro de suas famílias, para os seus sonhos?

Aqueles três homens e agora o Pastor Yousef Nadarkhani representavam um testemunho do Senhor contra a idolatria, contra a religiosidade, contra os Governos que não se submentem a Cristo Jesus. Sim, eles testemunhavam contra as leis do Estado, pois mesmo o Estado declarando um feriado comemorativo a um ídolo ou a imposição da fé islâmica para todos, para eles não haveria nada para comemorar ou o que seguir. Eles não seriam tolerantes, suas vidas formariam um testemunho contra todo pecado, toda iniquidade e todo desprezo a Jesus.

Babilônia tentou silenciar o testemunho de Sião as Nações. O Irã tenta silenciar o testemunho as nações mulçumanas. Aquela fornalha de fogo havia sido preparada para matar o único testemunho do Senhor que sobrou na Babilônia. A prisão e a execução no Irã foram preparados para destruir um dos poucos testemunhos cristão no mundo Islã.

Sião não está dando um bom testemunho às nações quando diz: “Somos a geração eleita, pois tudo o que determinamos por fé, alcançamos! Nenhum mal, nenhuma praga poderá nos alcançar. Pois em Cristo já estamos livre de todas as dores e aflições!”. O testemunho de Sião que abala o mundo é: “Não importa o que esteja para acontecer, pois com Deus tudo se ajeitará para o bem. Não importa a dor ou a aflição, pois no fim tudo será compreendido. Temos sofrido tantos invernos nas estações de nossa vida, que os ventos frios e amargos quase mataram nossas forças. Mas nenhuma destas aflições nos perturba mais. Ainda que Ele nos mate, não duvidamos do poder de Jesus em construir uma primavera para nós.”



Pastor Eliy Barbosa

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