Je ne suis pas Charlie / I am not Charlie / Eu não sou Charlie!

Por Pastor Eliy Barbosa
14 de janeiro de 2015

Eu não sou terrorista. Eu não sou a favor da pena de morte. Eu não sou muçulmano. Eu não sigo Maomé. Mas também não sou Charlie (Moi aussi, je ne suis pas Charlie)!

Inexiste dúvida em meu interior de quem é o Islã. Na década dos anos de 1980 cantávamos: "E, eu sei que seu Maomé a vida eterna prometeu, mas os ossos dele ficam no lugar onde faleceu... Não foi seu Maomé que conseguiu ressuscitar... Pois há um só caminho — é Jesus!". ('Buda' do Álbum "Vem Para As Águas", Grupo Vida Abundante, 1983). Mas o islamismo radical não usou nenhuma música alegre e jovial para emitir sua opinião: preferiu desencadear sua ira raivosa contra todos os que se recusam a aceitar o profeta Maomé e se curvar diante de Alá.

Já a partir dos anos de 1990 fazia mais sentido a mensagem do Pastor David Wilkerson: "A blasfêmia do Islamismo tem recebido grande poder de Satanás. O Islamismo se encaixa bem na descrição de João: '...semelhante a leopardo...pés como de urso...boca como de leão...E deu-lhe o dragão o seu poder...' (Apocalipse 13:2). Isto descreve a fúria, a selvageria, a falta de respeito pela vida humana, que caracterizam o Islamismo. Tudo isto vem de Satanás! A sua última esperança é aniquilar Israel!" ('The Coming Of The Blasphemers!', David Wilkerson, 04/03/1991).

Como evangélicos, nós na Igreja Plenitude não somos anti-islâmicos, anti-cartunistas ou anti qualquer pessoa. Cremos na imparcialidade e universalidade do amor de Deus por todos: judeus, muçulmanos, ateus, pessoas homoafetivas. Não importa quem: cada um de nós é objeto, alvo do amor de Deus. Mas como cristãos cremos igualmente somente na Bíblia como Palavra de Deus e, por isso, discordamos no que se refere á fé e a conduta de vida, de cada um destes.

Não creio que se opor as práticas violentas do islamismo seja o mesmo que aplaudir ou compactuar com uma revista de mau gosto que não respeita a dignidade de nenhum tipo de credo! Uma das revistas que ecoam em nossos dias as mesmas vozes zombeteiras que cuspiram, bateram, insultaram e amaldiçoaram Jesus em sua crucificação.

Por que devo me torna Charlie (Je Suis Charlie) ou me identificar com alguém intolerante, arrogante e blasfemo somente por que ele foi drasticamente prejudicado? O injustificável, lamentável, cruel e desumano ataque a redação da Charlie Hebdo não minimiza ou santifica a podridão estampada em suas páginas! Bem como tão verdadeiro e irredutível é o fato que NADA justifica matar a sangue frio inocentes: seus assassinos e todas as pessoas envolvidas têm que ser exemplarmente punidos.

Mas estampar oportunamente "Je Suis Charlie" em selfs, redes sociais e mídias não o torna um defensor da liberdade, da paz ou da verdade! Uma revista que representa caricaturalmente o vômito nojento do inferno, ofendendo deliberadamente os cristãos, não merece meu respeito: Eu Não Sou Charlie!!!

Os ataques e agressões da Charlie, os sorrisos complacentes e maliciosos de seus editores e leitores atacam a seriedade do poder transformador do Evangelho. Não se engane. Não existe NADA de infantil, pueril ou inocente nos desenhos e matérias da Charlie Hebdo: não são apenas artistas ou livres pensadores que questionam o 'status quo' através de seu humor ácido.

Veja por exemplo a blasfema edição de 07 de Novembro de 2012 que estampa a manchete sobre o casamento gay: "O cardeal [católico] Vingt-Trois tem três pais: o Pai, o Filho e o Espírito". A caricatura da capa representa o Pai, o Filho e o Espírito Santo em plena relação incestuosa - O Espírito Santo sodomizando Jesus que está sodomizando Deus! Pode um cristão rir deste desenho assinado pelo cartunista sobrevivente Renald 'Luz' Luzier e agora estampar orgulhoso 'Je Suis Charlie'? Sim, milhões de cristãos mornos estão enganados com a declaração 'eu sou Charlie'.

Somente em nossos dias é que o Senhor poderia ser vilipendiado, zombado e blasfemado; e esse ato aplaudido! Não dá para aceitar o Criador do universo sendo reduzido a "práticas infames" (Romanos 1.26 OL), "atos imundos" (Rm 1.27 VFL), "relações vergonhosas" (Rm 1.27 NTLH), "atos indecentes" Rm 1.27 NVI) ou "cometendo torpeza" (Rm 1.27 ARC). Quanto orgulho pelo pecado! Quanta influência na mídia, quanta força no entretenimento e, agora, quanta simpatia política os zombadores tem encontrado.

Sim, foi uma blasfêmia tremenda, porém agora a Charlie é defendida, afagada e consolada pelas autoridades e celebridades mais poderosas e influentes do mundo. Não, ao terrorismo! Não, a violência! Mas também não, a blasfêmia! E não, a quem zomba das coisas de Deus!

O Senhor não quer levar ninguém, nem rejeitadores de Cristo, a contrição por causa do medo! Deus não usa de medo induzido, pavor manipulado ou terrorismo deliberado. Eles já rejeitaram tudo que provêm do Senhor Jesus, fazendo ouvidos moucos. Não estão dispostos a largar sua imagem de orgulho jactansioso, amam demais os prazeres carnais e se apegaram aos aplausos de seus companheiros ímpios

Publicamente são aplaudidos em seu pecaminoso orgulho e em sua perversa arrogância - enquanto no íntimo estão destinados a uma tragédia desesperadora! Que tragédia? De serem massacrados por suas blasfêmias? Jamais. Entenda, o terrível julgamento do Senhor começou quando Ele deixou que seguissem os seus próprios caminhos: tudo o que recebem e conquistam pelo que fazem é amaldiçoado (Malaquias 2.2).

As consequências desta vida zombeteira são marcadas pelo intermitente fim da ilusão e a permanência da confusão existencial. O Senhor concede a estes escarnecedores corruptos tudo quanto desejam... Enviando junto uma doença terrível: todas essas coisas boas se voltam contra eles mesmos. Quando se julgam em paz, a própria paz se torna em armadilha. "Torne-se a sua mesa diante deles em laço e, para [sua] inteira recompensa, em ruína" (Salmo 69.22).

Isso é algo que faz definhar alma, que faz dos seus banquetes, daquilo que tão orgulhosamente se alimentam e ostentam, a sua desgraça (Salmo 106.15)...

Fique certo que a Palavra de Deus jamais passará: "Toda língua na criação vai testificar, não que Maomé é Senhor, não que Alá, ou quaisquer dos milhões deuses hindus o sejam, mas que Jesus Cristo é o real e único Cordeiro de Deus" ("A Exclusividade de Cristo", David Wilkerson. 29/10/2001).

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